quinta-feira, 7 de julho de 2011

Turismo: Quantidade ou qualidade, temos que escolher!

Aos sábados, periodicamente, vinha passear em Guaratuba, pois minha mudança para cá eram “favas contadas”, apenas alguns dias e em várias ocasiões no atropelo da saída deixamos a porta da sala aberta e com as chaves e tudo o mais, muros baixos, portões sem tranca e ao retornar aquela surpresa, nada havia sido mexido, ninguém entrou, recém chegados de São Paulo, para nós aquilo era inacreditável e durante o ano todo outras dessas se repetiram e ainda assim nunca ocorreu nada desagradável, Joinville realmente é uma cidade surpreendente.

Mudamos para cá numa segunda-feira e nos instalamos numa casa adquirida no bairro Piçarras, alegres e felizes por retornar, ainda estávamos sob essa alegria, quando amanhecemos sem os botijões de gás, nem para o primeiro café foi possível.

Guaratuba é uma cidade maravilhosa, com uma praia de encantos e beleza fora do comum, porém, circundada por um anel de miséria e pobreza que mais parece aqueles aglomerados de barracos que vemos em filmes sobre África e alguns países da America do sul, acredito que isso ocorra por falta de políticas para erradicar essa situação, bem como não existem também impedimentos que evitem o crescimento dessas “favelas” no entorno da cidade, as chamadas invasões, muito estimuladas em passado recente por políticos mal intencionados.

Havíamos esquecido como eram as coisas por aqui, aliás como as coisas aqui não mudam, passaram-se seis anos e as situações pontuais que denigrem e enfeiam a cidade continuam, apesar de notarem-se algumas iniciativas de aparente cuidado. Falta de segurança, mendigos nas praças, lixo espalhado, entulhos nas casas, animais soltos, lotes cheios de matos e entulhados, calçadas incompletas, e assim vai...aqui não só os cachorros mexem no lixo, incrível os cavalos também, então não adiantam lixeiras altas.

Já fui criticado muitas vezes por criticar, entretanto, trata-se de tentativa de melhorar como um todo, pois não adianta, como querem alguns, “tapar o sol com a peneira” e fingir que está tudo bem, quando não é verdade, a realidade é que são duas Guaratubas, uma que é preparada para turista ver, outra é aquela carente abandonada, onde a maioria dos residentes são os moradores nativos e essa é a que merece os cuidados especiais e urgentes.

Guaratuba precisa entender que enquanto optar pelo turismo de massa e atrair para cá qualquer tipo de turista, sempre terá esses incômodos. Andando pela cidade vemos várias casas fechadas (de turista – moradores também) com as calçadas cheias de entulhos e mato, o que ocorre também com os lotes vazios, o que denota o desprezo dos proprietários pela cidade, já que vêm aqui apenas alguns dias no verão e por isso, essas pessoas, trazem para cá os móveis velhos e usados de sua residência, pois não vêem a cidade como um possível destino de moradia definitiva como nós a vemos.

Damos conta de imóveis construídos há muitos anos que se mantêm inabitados e abandonados há muitos anos, lotes virando florestas, apenas como especulação imobiliária, servindo como esconderijo de marginais e drogados, situação facilmente corrigida com um IPTU progressivo e uma execução judicial rápida e eficiente.

Outrossim, uma lei aprovada e executada que faça cobrança, via IPTU, desses proprietários pela limpeza das calçadas e lotes, bem como dando prazo àqueles para que construam calçadas nas vias já pavimentadas, criando também uma força tarefa para executar tais serviços quando o proprietário se omitir, não só embelezará a cidade, mantendo-a mais limpa, como também afastará aquele turismo de baixa qualidade tão prejudicial a uma cidade que quer e pode ser a melhor do litoral paranaense.

“Guaratuba: A única cidade que ainda não reduziu os preços dos combustíveis”

Foto: Daniel MM - Alvorecer no Morro do Cristo

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