quinta-feira, 5 de maio de 2011

Internet no Brasil: Uma carroça cara e vagarosa.


Internet é democrática? Não! Somos escravos dos provedores e não temos a quem recorrer quando nossos direitos são diariamente desrespeitados, principalmente pela política monopolizadora estimulada em nosso país, o que tem atrasado o desenvolvimento brasileiro na telecomunicação.

Quantos são os momentos de irritação quando navegamos na internet e tentamos abrir alguns arquivos mais pesados, fotos, vídeos, filmes? Muitos.

Para a maioria dos brasileiros navegar na internet se resume apenas em acessar sites de relacionamento, MSN, Orkut, Facebook e enviar/receber e-mails, o que os deixa de fora quando o assunto é liberdade de acesso e interferência dos provedores em nossas conexões, apesar de também serem prejudicados.

O que pretendemos é tornar acessível algumas informações para entendimento de pessoas comuns, não muito versadas em palavreados usados por experts em informática, de forma que saiba pelo menos quando está sendo enganado o que acontece no momento em que assina aqueles contratos com os provedores.

A liberdade na internet deve ser um direito do internauta, onde deve poder acessar qualquer conteúdo, aplicativos, programas, usando computador, telefone celular, ipod, tablet, sem restrições ou controles, seja de provedores, ministérios, Anatel ou governos, o único controle aceitável seriam o dos pais para seus filhos menores e mais nada.

Deveria ser gratuita? Sim, deveria. Afinal as inserções do merchandising que ocorrem são o que abastece os provedores, assim como ocorre nas TVs por satélite e por cabo, apesar destas sempre desrespeitarem essa condição, inserindo as vinhetas propagandísticas em todo o intervalo o que proporciona ganhos imensos com as propagandas que veiculam, por que impor aos usuários finais a cobrança?

Quando acessamos uma rede seja ela de shopping, hotel ou de nossa casa, existe uma conexão entre nosso computador e o provedor de acesso, mas saiba que entre esse provedor (TIM, GVT, OI, CLARO, VIVO, NET, etc) e a internet existem outros que são os grandes; Brasiltelecom, Terra, Uol, POP, entre outros, responsáveis pelo volume de dados que os primeiros adquirem para fornecê-los a você.

Essa aquisição é feita no atacado e é repartido aos usuários (nós) no varejo, assim podemos ver que o provedor procura suprir todos os seus clientes com o total de banda larga que possui, ou se tem milhares de usuários, cada um teria que ter a sua parte contratada, porém não é bem por ai, por que os provedores acreditam que nem todos nós usaremos nossas conexões para acessar, por exemplo o Youtube, simultaneamente.

Melhor esclarecendo: Veja o provedor como uma caixa d’água de 1.000 litros, que tem 1.000 consumidores, oras, caberá (por contrato) a cada um 1 (um) litro. Porém para não aumentarem o custo, quando aumentam os consumidores para 2.000, teriam que contratar mais bandas (uma caixa de 2.000 litros) para garantir os contratos, entretanto o que fazem é reduzir no geral, ou seja, enviam a todos 0,5 litro. E, se você gastar mais água do que o contratado para o mês, eles reduzirão para 100 ml até o final do mês.

Sendo o Brasil um país de grandes diferenças econômico-sociais fica fácil estabelecer o princípio de cobrar mais caro pelo fornecimento de bandas maiores, como em tudo, cria-se a exclusão do pobre, pois, quem pode pagar mais terá mais. Como no exemplo da água, quem pode paga e vai beber até se fartar, enquanto quem não pode passará sede. Para contrabalançar o consumo maior quando acessamos sites de vídeos como o Youtube, Vimeo, impõem limitadores de velocidade a quem esteja acessando, por isso sua conexão fica lenta

Outras atitudes defensivas dos provedores ocorrem em picos, como fins-de-semana, à noite, feriados, pois podendo acessar o IP de seus modens podem controlar a banda fornecida e ai, quando você faz uma reclamação por estar com a maquina lenta, eles o orientam a desligar e ligar o modem enquanto direcionam uma banda maior a você naquele momento, achando-se satisfeito, você volta a navegar, entretanto, logo depois retorna a lentidão.

Nas pequenas cidades brasileiras onde geralmente tem um único provedor a coisa é pior ainda, por serem monopolizadas, a bandas sofrem do mesmo mal, e os usuários que contratam 1 Mb/s (megabit por segundo) não poderão reclamar se receber apenas 100 kb/s (1 décimo de megabit), que é o poder do seu provedor em transformar sua poderosa máquina (seu computador) numa carroça velha puxada por um pangaré, e o que é pior, esta no contrato.

Procedimento comum também é a limitação de banda que ocorre quando o internauta atinge um determinado ponto de tráfego mensal, algo que varia de provedor para provedor, entre 20 e 50 Gigabytes, que quando ultrapassado, tem sua velocidade reduzida de 1 Mb/s (megabit) para 128 Kbps, no restante do mês, ai sim a carroça andará menos ainda.

Em outros países algo semelhante acontece, porém em velocidades bem acima das utilizadas no Brasil, com custos bem inferiores, enquanto aqui nossos provedores oferecem 10 Mb/s em paises desenvolvidos já se fala em gigabyte (Gbytes) terabytes (Tbytes) petabytes (Pbytes), ainda exabyte, zettabyte e yottabyte, e se discute também a democratização da internet que será plena quando os provedores deixarem de interferir em nossas conexões, tanto em velocidade quanto em conteúdo.

“O problema da internet brasileira é que você ta on-line mais ao mesmo tempo não ta” (Vinycius Maia)

Acesse aqui os Testes Speed e RJNET feitos no provedor NET/Joinville-SC

Foto ilustrativa

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