Microfone em mãos erradas pode ser uma arma contra educação!

No início era apenas uma carta endereçada a Radio Litorânea, transformá-la num post do blog foi uma decisão que abrangerá um universo maior de pessoas e, quiçá, um dos leitores encaminhe o link aos senhores diretores da emissora.

Em meados de setembro, acredito que dia 27, ouvindo essa emissora na programação comandada pelo locutor e radialista, não sei se formado em comunicação conforme exige a lei, (creio que não) e que responde pelo pseudônimo de Fujaloco, me assustou suas declarações a respeito de contratação de policiais sem a escolaridade exigida em lei para desempenho de tais funções.
Não discuto o mérito das afirmativas, entretanto, não comungo a idéia que uma formação prática na Academia de Guatupê, para recrutas sem escolaridade possa ajudar a resolver os problemas de segurança nesse estado, inclusive em Guaratuba, pois armar essas pessoas somente com preparo prático, sem exigir-lhes a escolaridade, teremos mais bandidos armados e com autoridade. E ai, quem nos protegerá?

Não posso acreditar que a diretriz que permeia a emissora está concorde com a afirmação do radialista quando diz que “...não acredita que dois, ou três e até cinco anos de escolaridade possam melhorar alguma coisa...” , e, apoiar a política do quanto pior melhor, nos levou a Tiririca, Romário, Vereadores de Guaratuba, Lula, onde o estudar e aprender, não passa de coisa para otários, o que vale é a lei de Gerson, e a máxima do “rouba, mas faz”.

Numa cidade como Guaratuba, onde a cultura já não é lá aquelas coisas, quem tem o poder na formação de idéias, deve conter-se ao disseminar ao povo em geral que é possível vencer sem estudar e que devemos trocar a busca pelo conhecimento e saber pelas facilidades de praticar contratações espúrias que, com certeza, resultarão em mais prejuízos e despesas para a população, não resolvendo o problema.

Não se tem notícias que além dos políticos que podem candidatar-se a cargos públicos sem obrigatoriedade de ter um nível escolar, outros órgãos e autarquias governamentais na esfera do executivo e judiciário, possam contratar pessoal via concurso público sem o pré-requisito de nível de escolaridade, seja ele qual for.

Nossas escolas, principalmente após a ditadura, sofreram um grande golpe na qualidade do ensino (leia aqui) o que nos deixa em 73º entre 169 países numa composição que engloba a educação, e, ouvir logo ao amanhecer um locutor “bradar a todos os ventos” que alguns anos de escola não farão dos recrutas (policiais) profissionais melhores é preocupante, pois, sabe-se que um povo só poderá considerar-se realmente desenvolvido se seus cidadãos tiverem cultura.

Se todos aqueles que tiverem o poder de comunicar-se com as massas propugnarem pelo incentivo à melhoria educacional, seja como for, já será um passo adiante, entrementes, não estimulando o contrário como o fez comunicador será uma vitória.

“Sob a mais livre das constituições, um povo ignorante é sempre escravo.” (Marquês de Condorcet)

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Apagão Cultural

Foto ilustrativa