terça-feira, 31 de maio de 2011

Parque de Vila Velha: Turismo radical ou contemplação?

É claro que mais dia menos dia o Parque de Vila Velha teria que ser incrementado. Privatizar no Brasil é sempre arriscado quando se trata de ambientes a serem preservados, pois há o risco de, pela busca do lucro, perderem-se os parâmetros e tudo acabar em desvios e corrupção.

Acredito que a iniciativa deve procurar em nosso estado vizinho Santa Catarina formas de fazerem uma iniciativa de sucesso, pois para se ter um exemplo, a XXIII Festa do Pinhão de Lajes são 11 dias de festança, com 140 shows, gastronomia, os maiores nomes da música, concursos, (Festa do Pinhão) ocorre agora em junho de 16 a 26 e hoje já não se acha vagas em hotéis e pousadas,
a fórmula do sucesso está naquilo que se agrega à festa, pois além do pinhão (tão conhecido e festejado no Paraná) que é apenas o motivo básico da festa, toda a estrutura é direcionada a atrair turistas de todo o Brasil.

Em se tratando de Vila Velha, a iniciativa de privatizar é respeitável, entretanto deve-se levar em conta a falta de tradição do Estado do Paraná nesse quesito e as regras não só para preservação e manutenção do acervo devem ser estabelecidas, como devem também, estimular eventos pré-estudados, direcionados ao turismo ecológico com supervisão do estado, que venham consagrar além das belezas naturais, eco-turismo, gastronomia, shows, esportes radicais e afins, possam acomodar e receber dignamente turistas de todo nosso país.

Para tanto, além de orientação ao aspecto arquitetônico, paisagístico que não agrida a beleza já existente (como geralmente ocorre) a infra-estrutura de segurança, acessibilidade, locomoção rápida, resgate, alimentação, transporte e hospedagem devem também ser um dos pontos altos nessa “privatização”, sendo esta a condição “sine qua non” do sucesso do Parque, pois deixa-lo à mercê somente de “turistas curitibanos e cercanias” que fazem turismo de vai-almoça-volta, com certeza estará fadado a não progredir, como nunca progrediu nada no Parque até hoje.

Não nos esqueçamos das áreas de camping, que devem merecer um tratamento especial e moderno, estacionamentos, praças de alimentação, banheiros públicos (pagos) limpos, acessíveis, caixas eletrônicos, guias turísticos no mínimo bilíngües, sinalização em idiomas e abundantes, lixeiras em profusão, fiscalização de preços justos que evitem que o turista seja explorado, controlar e fiscalizar com rigor os ônibus, evitando o turismo relâmpago de massa que não beneficia o conjunto. Equipes de fiscais, vigias, guias, e agentes de limpeza, primeiros socorros, sempre uniformizados e em constante atividade. Manter um centro administrativo em funcionamento durante o período de funcionamento do Parque, com poderes de decisão imediata, seja para comerciantes ou o turista de mau comportamento.

A contemplação das belezas do parque não deve sofrer interrupção, ao contrário, espelhem-se no Grand Canyon (EUA) que recebe 5 milhões de visitantes ao ano, entre aqueles que simplesmente contemplam e os que efetivamente fazem à interação do que lá é oferecido.

A terceirização proposta pelo Estado sem definir claramente as regras para as empresas pode atrapalhar, mesmo porque a proposta do estado é acanhada e sem objetivos concretos sobre o que pretende. Quem quer explorar o Parque? Por detrás da “terceirização” alguém quer explorar e o estado aparenta querer apenas desvencilhar-se de um incômodo e pouco freqüentado parque, não definindo os objetivos de sua atitude, se os órgãos de proteção ao meio ambiente e secretarias envolvidas concordam que haverá um prejuízo ao conjunto, descarte-se a idéia, e contemplemos, pois!

Mas se tivermos que fazer, façamos bem feito, vamos dar um passo que seja firme e grande, não cometamos os erros das concessões das rodovias, (também não foram privatizadas) com empresas que só fazem maquiagem e não têm compromisso com o investimento, é necessário que seja algo definitivo pois, não existe margem de erros, errar em turismo é pecar para sempre, sem perdão, não há como voltar. Se tal ocorrer com o Parque, com certeza estaremos sempre vendo as placas trazeiras dos veículos de turistas paranaenses em direção ao pujante (no turismo) estado vizinho, como está ocorrendo. Espero que não!

Foto ilustrativa
Leia também...Especialistas defendem editais definidos ..no Blog do Padilha

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