É claro que mais dia menos dia o Parque de Vila Velha teria que ser incrementado. Privatizar no Brasil é sempre arriscado quando se trata de ambientes a serem preservados, pois há o risco de, pela busca do lucro, perderem-se os parâmetros e tudo acabar em desvios e corrupção.
Acredito que a iniciativa deve procurar em nosso estado vizinho Santa Catarina formas de fazerem uma iniciativa de sucesso, pois para se ter um exemplo, a XXIII Festa do Pinhão de Lajes são 11 dias de festança, com 140 shows, gastronomia, os maiores nomes da música, concursos, (Festa do Pinhão) ocorre agora em junho de 16 a 26 e hoje já não se acha vagas em hotéis e pousadas,
a fórmula do sucesso está naquilo que se agrega à festa, pois além do pinhão (tão conhecido e festejado no Paraná) que é apenas o motivo básico da festa, toda a estrutura é direcionada a atrair turistas de todo o Brasil.
Em se tratando de Vila Velha, a iniciativa de privatizar é respeitável, entretanto deve-se levar em conta a falta de tradição do Estado do Paraná nesse quesito e as regras não só para preservação e manutenção do acervo devem ser estabelecidas, como devem também, estimular eventos pré-estudados, direcionados ao turismo ecológico com supervisão do estado, que venham consagrar além das belezas naturais, eco-turismo, gastronomia, shows, esportes radicais e afins, possam acomodar e receber dignamente turistas de todo nosso país.
Para tanto, além de orientação ao aspecto arquitetônico, paisagístico que não agrida a beleza já existente (como geralmente ocorre) a infra-estrutura de segurança, acessibilidade, locomoção rápida, resgate, alimentação, transporte e hospedagem devem também ser um dos pontos altos nessa “privatização”, sendo esta a condição “sine qua non” do sucesso do Parque, pois deixa-lo à mercê somente de “turistas curitibanos e cercanias” que fazem turismo de vai-almoça-volta, com certeza estará fadado a não progredir, como nunca progrediu nada no Parque até hoje.
Não nos esqueçamos das áreas de camping, que devem merecer um tratamento especial e moderno, estacionamentos, praças de alimentação, banheiros públicos (pagos) limpos, acessíveis, caixas eletrônicos, guias turísticos no mínimo bilíngües, sinalização em idiomas e abundantes, lixeiras em profusão, fiscalização de preços justos que evitem que o turista seja explorado, controlar e fiscalizar com rigor os ônibus, evitando o turismo relâmpago de massa que não beneficia o conjunto. Equipes de fiscais, vigias, guias, e agentes de limpeza, primeiros socorros, sempre uniformizados e em constante atividade. Manter um centro administrativo em funcionamento durante o período de funcionamento do Parque, com poderes de decisão imediata, seja para comerciantes ou o turista de mau comportamento.
A contemplação das belezas do parque não deve sofrer interrupção, ao contrário, espelhem-se no Grand Canyon (EUA) que recebe 5 milhões de visitantes ao ano, entre aqueles que simplesmente contemplam e os que efetivamente fazem à interação do que lá é oferecido.
A terceirização proposta pelo Estado sem definir claramente as regras para as empresas pode atrapalhar, mesmo porque a proposta do estado é acanhada e sem objetivos concretos sobre o que pretende. Quem quer explorar o Parque? Por detrás da “terceirização” alguém quer explorar e o estado aparenta querer apenas desvencilhar-se de um incômodo e pouco freqüentado parque, não definindo os objetivos de sua atitude, se os órgãos de proteção ao meio ambiente e secretarias envolvidas concordam que haverá um prejuízo ao conjunto, descarte-se a idéia, e contemplemos, pois!
Mas se tivermos que fazer, façamos bem feito, vamos dar um passo que seja firme e grande, não cometamos os erros das concessões das rodovias, (também não foram privatizadas) com empresas que só fazem maquiagem e não têm compromisso com o investimento, é necessário que seja algo definitivo pois, não existe margem de erros, errar em turismo é pecar para sempre, sem perdão, não há como voltar. Se tal ocorrer com o Parque, com certeza estaremos sempre vendo as placas trazeiras dos veículos de turistas paranaenses em direção ao pujante (no turismo) estado vizinho, como está ocorrendo. Espero que não!
Foto ilustrativa
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