Antes de voltar a residir aqui sempre achei que os cidadãos guaratubanos não sabiam votar, até fiz alguns comentários a respeito, os quais me penitencio se ofendi alguém, porém, o que concluí é que o povo sabe e sabe muito, até tenta mudar a situação nas eleições, haja vista que há mais de 50 anos não reelege algum prefeito, principalmente porque deve ter achado que os mesmos não mereciam um novo mandato e o povo em sua sapiência tentava corrigir um erro que achava ser seu, o que nunca foi verdade pois o candidato já trazia em sua bagagem os vícios e defeitos inatos.
Particularmente, concordo com tais atitudes, pois ao povo não é dado o poder de escolha, este é dado aos partidos políticos que nada tem a ver com o povo, e, se pudéssemos escolher, acredito que seria uma surpresa, os parâmetros que direcionam o povo não são, como acham os políticos, as vantagens e benefícios em troca de seus votos, as necessidades populares são amplas e abrangentes e beneficiam toda a população e são aquelas em que todos os municípios são carentes, saúde, educação, segurança, menos roubalheira do dinheiro público, mais seriedade administrativa e por ai vai.
Ano próximo teremos uma escolha e alguns nomes já se apresentam, novidade nenhuma, graças a Deus nenhum oriundo da Câmara de Vereadores, aliás é algo sintomático aqui na cidade, pois os candidatos a prefeito vêm sempre de fora das lides legislativas, por quê? Não quero estabelecer nível de comparação e não devo, afinal o executivo nunca se notabilizou como expoente de cultura, probidade e senso administrativo, entretanto, os azarões vêm de fora, com certeza pela falta de um representante popular à altura vindo do seio dos legisladores.
Que sentido tem a indagação? Oras, o caminho para ser um executivo, aquele que executa as leis, passa, obrigatoriamente, pela casa de leis, onde toma conhecimento das necessidades populares através de contatos diretos com as pessoas, essa situação cria o ambiente necessário para o bom desempenho das atividades de um bom administrador público, o que nossos edis não conseguem captar, uma vez que, após eleitos, distanciam-se dos problemas dos eleitores e buscam enveredar-se nas malhas de situações que os favorecem e também os grupos que espoliam o erário público.
Oferecer votos em troca de favores é tão nocivo quanto receber votos prometendo favores, agravante maior para aqueles que se vestem de autoridade publica, porquanto o outro é apenas um cidadão sempre com carências e necessidades motivadas pela prestação insuficiente (e consciente) de um serviço público decente que é obrigação dos que se candidatam a cargos públicos, no caso, aquele que se candidata, promete e não cumpre, também pelas necessidades de destravar a máquina pública propositalmente emperrada, que obriga o cidadão a submeter-se às palavras mágicas, “abre-te Sésamo” que os Ali Babás, criaram para manter-se no poder.
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Foto ilustrativa
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