Guaratuba: Aqui também tem castas sociais!

Nas primeiras discussões sobre política e pela construção de uma “Guaratuba que queremos” fui questionado a respeito da diretriz do meu Bloguaratuba já que pela minha postura independente, acreditava o interlocutor, que deveria ser porta voz das cobranças de todos os problemas, desmandos e malefícios existentes na cidade.


Entretanto, como dizem alguns "experts" em política guaratubana, a coisa aqui é diferente e eu concordo, pois, por aqui fazer política, até então, tem-se notabilizado pela simples troca de favores entre compadres e conhecidos, política de quarteirão, vizinhanças, quando não, pelo voto, qualquer coisa com desconhecidos também, afinal já está implícito que o incorreto e imoral praticado pelos amigos e “otoridades”, torna-se correto e passa a valer e o alvo não são os bem postados, são os excluídos.


Há muitos anos após a chegada ao poder o PT (do Paraná) enviou uma pessoa encarregada em promover alguns cursos via SENAC/SENAI aqui na cidade, com custos pagos pelo governo. Fui procurado (não era e não sou petista – era um comerciante) por conhecer o enviado e junto à ACIG, com ajuda do Mauricio, tentamos convocar os "alienados, ocupadíssimos, individualistas” comerciantes de Guaratuba... , e, parafraseando Sergio Braga apenas: “...meia dúzia de gatos pingados”, os mais humildes, esse foi o comparecimento dos comerciantes da cidade e a coisa ruiu!

Hoje me recordo com amargura do descaso dessas pessoas, afinal poderíamos ter feito alguma coisa pelos trabalhadores da cidade, que sem escolas, poderiam pelo menos profissionalizar-se tecnicamente, e quiçá, almejar salários mais dignos e melhores e, talvez, esse seja o detalhe que tira o sono daqueles que evitam o crescer com qualidade e insistem na mesmice.

Já que esse detalhe, salários dignos, não é a meta dos comerciantes dessa cidade que optam primordialmente, por uma de mão de obra caseira, despreparada tecnicamente, há de entender-se que a maioria deles usam como desculpas suas ocupações laborais e participações sociais, para não envolverem-se na formação técnica desses trabalhadores, mantendo-os sem oportunidade de reciclar e melhorar, o que lhes permite o poder controlador de salários e vagas, além do que, podem nivelar por baixo a qualidade dos serviços prestados e também os salários.
 
Nos vários segmentos, comércio, indústria, profissionais liberais, etc. percebemos os mesmos senhores que tem o poder de controle econômico-financeiros e trabalhista da cidade, nunca se fazem presentes em NENHUMA atividade, projeto, reunião, coligação, concentração, que tenha conotação política, seja ela qual for, simplesmente porque não querem se INDISPOR com segmentos que possam prejudicá-lo financeiramente, e, por conseguinte, deixam nas mãos de aventureiros e oportunistas os problemas comuns à cidade
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Por outro lado, sabemos que a cidade carece de serviços e condições que a eleve ao patamar de uma cidade com boa qualidade de vida, o que não assusta tais cidadãos, pois, senhores de recursos, recorrem centros como Joinville e Curitiba, com razão, sempre que necessário e também onde estimulam filhos a estudarem, trazendo-os formados de volta para darem continuidade a seus empreendimentos, outrossim, jamais manifestam um participação efetiva na resolução ou colaboração em situações que fogem ao seu negócio. Estão todos satisfeitos com as coisas como estão, desde que os seus empreendimentos e lucros andem bem! E povo? Oras, dane-se o povo!

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”. (Arnold Toynbee)

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Foto ilustrativa