sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Dizem que mudei, será?

Há anos residindo nessa cidade, cheguei aqui no Século XX, desde os tempos dos quiosques de fibra na Praia Central, que nenhum comerciante da cidade, políticos, donos de imobiliárias e outros, nunca se interessaram em possuir.

Passei por diversas gestões de prefeitos, vi coligações absurdas, espúrias, todas apenas focadas em:  Brasa pouca, meu palmito primeiro. Nenhum deles, preocupado com o desenvolver da cidade e de seu povo, apenas procurando uma teta para mamar.

Entretanto, acreditando que um dia uma luz brilharia na cidade e fiz investimentos, comprei casa e tentei me tornar um cidadão guaratubano, o que estou conseguindo a duras penas, porém, a sociedade preconceituosa e provinciana, medrosa e omissa, com medo de tudo e todos, temerosa que a concorrência salutar venha ferir seus interesses de ganhar muito com pouco investimento, abominam o que eles chamam de  intrusos... por isso a dificuldade em dividir e conviver com essa situação.

Quando me atrevo no Face, aceito pessoas, analiso seus perfis e até acredito no que vejo, destarte, no dia-a-dia, mesmo dizendo-se formados na PUC, UFPR ou no Isepe (por exemplo), surpreende-me o tamanho do besteirol que leio nas páginas, dando conta das origens sem cultura e do momento atual sem leitura que vivem os indivíduos, e mesmo que se vangloriem de serem "formadores de opinião" ou outra coisa no gênero, apavora-me compartilhar suas postagens toscas mesmo quando sabemos que o corretor ortográfico do Google existe para sanar essas deficiências, ademais, pessoas extrapolam o uso do direito, invadem página e postam informações confidenciais, expondo famílias e filhos, ao divulgar "na web", situações que podem gerar riscos e responsabilidades.

Salvando-se algumas "cabeças raras", as quais respeito, tive que mudar certas posturas, não minhas convicções, para poder sobreviver nesse mundo onde o pior mandatário (iletrado) que já tivemos foi ressuscitado pelo imbróglio do IPTU, como disse um amigo.

Morto politicamente, foi chamado a posar de catalisador de anseios populares, surgindo na reunião, onde a maioria, indistintamente, sem ainda saber de nada, aprontaram uma correria na casa de leis apenas por ouvi dizer que os impostos iam aumentar. Entretanto, sabemos que o combustível mais caro do estado é aqui, os imóveis, aluguéis, o custo de vida e que, os preços da maioria das coisas aqui são absurdamente caros e com qualidade inferior, ai meu espanto: Aceitam calados, não se manifestam e nem protestam, não se mobilizam, porquê?

Residem numa cidade que por muitos anos fingiu não ter as mínimas necessidades que são prioridades em outras, abstiveram-se de cobrar de dezenas de mandatários o mínimo em educação, segurança e saúde, o trinômio base para iniciar um desenvolvimento, ressalte-se que, desenvolver para muitos aqui e aumentar o contingente de "turistas e veranistas" que descem a serra, nesse bate e volta, de porta-malas cheios de bebidas e comidas, hoje querem tudo que outrora nunca tiveram...

Mudei porquê? Porque não concordo em continuar fingindo que as coisas devem permanecer como eram? Porque tenho que aceitar a volta do retrocesso com políticos que não evoluíram e que veem o erário público como o cofre de sua casa? Porque devo contestar e não acreditar que, comparativamente, a cidade melhorou? Porque cansei de me manifestar em defesa de pessoas que não tem coragem de mostrar a cara e por isso não se expõem?  Porque nos intrincados jogos de interesses todos daqui se sentem dependentes entre si? Porque desde que Cabral aqui chegou com quinquilharias e presentes para iludir os caiçaras, o povo não se revolta em ser tratado como incapazes pelo Estado, através desse órgão que engessa o progresso, chamado COLIT? Porque regalam-se com o turista que faz do Ferry sucateado um passeio turístico, porquanto, o povo que usa diariamente sofre pelo péssimo serviço! etc... 

Se mudei por pensar assim, tomei a decisão certa!

"Quando os ventos de mudanças sopram, umas pessoas constroem barreiras, outras moinhos de vento." (Érico Veríssimo) 

Foto ilustrativa

Um comentário:

  1. José Carlos Carvalhosegunda-feira, 27 outubro, 2014

    Excesso de comodismo e falta de coragem do povo criam situações insolúveis. Todos esperando que alguém "levante a bandeira" e resolva tudo sozinho.
    É a máxima de: "Não vou me incomodar, não tem jeito mesmo!
    É por isso que não tem juito.

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