segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ensino doméstico: Sem interferência do governo poderemos vencer...

Será que por detrás da ameaça de prisão aos pais que defendem o ensino doméstico e teimam em ministrar aulas aos filhos se esconde uma meta governamental de manter o povo atrelado ao péssimo ensino por ele oferecido?

Em conseqüência dessa iniciativa todo o universo educacional do país ficará comprometido por gerações. Outrossim, sempre governos com tendências populistas, como é o caso brasileiro, receiam e com razão, que ao liberar o ensino doméstico, pais mais escolarizados, ativistas, partícipes e independentes, poderão gerir o ensinamento à seus filhos sem a tutela medíocre do MEC e, também, afastá-los da péssima socialização escolar, onde mestres mal pagos e pouco preparados, seguem a cartilha do MEC onde “ninguém reprova”.

A maioria das escolas públicas brasileiras está em estado calamitoso, temos hoje 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola, os salários dos professores são os piores comparativamente com carreiras correlatas, exceções para Brasília, razoavelmente melhor, explica-se: Desde a reforma educacional Francisco Campos (1931), o ensino secundário voltou-se para atender as classes mais elitizadas, barnabés, etc. e se manteve também com Capanema (1942), relegando ao trabalhador o ensino profissionalizante, o que criou a dualidade, uma educação para “pensar” e outra para “produzir”, tendo a primeira se perpetuado no poder, pois sendo a formação das elites a prioridade, essa mesma elite tinha condições para decidir quais deveriam ser os rumos da educação para os demais, o que conduz até os dias de hoje, pois se temos um ensino caótico, as elites assim o fizeram e não pensam em mudá-la, por isso o terrorismo e perseguição ao ensino doméstico.

Despertou-me uma curiosidade a partir do momento em que o chamamento para o início do ano letivo ocorre sempre antes do Carnaval, quando ainda teremos mais duas semanas de férias, e lá vão os pais acordando na madrugada para levar filhos à escola que nem aulas efetivas ainda têm, mesmo porque, seus professores ainda estão de férias. Alguns pais acham uma benção, já que não mais “suportam” a criançada o dia todo, outros, entretanto, como nós, que estudávamos menos tempo com melhor aproveitamento, (antes do acordo MEC/USAID), pois a grade curricular era distribuída e cumprida com menos dias letivos, não concordamos que governos e ministérios determinem quando, como, em que tempo, clima, devemos, obrigatoriamente, estudar, viajar, sair e voltar de férias.

Mestres que somos em copiar quase tudo, na maioria o que não dá certo, deixamos passar ao largo o que nos ensina os países mais desenvolvidos, quando mantêm seus alunos com o tempo integral em escolas, e, na adversidade climática, faz horários de aulas e férias respeitando a integridade física e a saúde do aluno. Não é justo que um aluno do Sul do país acorde no inverno às 05:00 da madrugada e enfrente temperaturas que vão até -4°, para ir à escola, porquanto esse horário é mais adequado ao estados do norte/nordeste, que por sua vez, enfrentam temperaturas acima dos 30°C, no verão, prejudicando sensivelmente o rendimento do aluno.

A República Federativa do Brasil é composta por estados, porém é grande a centralização existente, sendo pequena a autonomia de cada unidade da federação, por conseguinte, todos os estados também têm sua política educacional centralizada em Brasília, que ao contrário, por exemplo, dos EUA, insiste em mantê-los acabrestados, impedindo uma política de independência que, com certeza, gerará resultados díspares entre si, entretanto infinitamente melhores dos existentes e ainda ver-se-á forçado a uma melhoria substancial na parcela do PIB para a educação. (MEC determinou 7% do PIB em investimentos em educação a ser atingida progressivamente até 2020) Hoje investimos menos de 4% e a sociedade brasileira em campanha para que a meta seja 10% do PIB na educação, já!

Aos pais pertence o direito à educação dos filhos, bem como as orientações na formação do caráter, da moral e ética, temas em desuso nas escolas atualmente, evidentemente que jovens professores não comungam essas idéias, por terem sua formação educacional já nesses mesmos moldes que ora contestamos por não servirem de exemplo para ninguém, salvo raras exceções, além do que, somente de deixar de expor nossos filhos às mazelas existentes nas escolas de hoje já será uma vitória.

Como dizem que o Brasil só começa a funcionar de fato após o Carnaval, vamos aguardar...

Foto ilustrativa

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