O leilão público dos quiosques de praia e seus vencedores nos trouxeram a uma reflexão sobre os rumos turísticos, econômicos, financeiros e sociais de Guaratuba.
Não se questiona os critérios do leilão, o que se percebe é que empresários até então contrários ferrenhamente à exploração da orla marítima disputaram – pau a pau – o direito de estabelecer-se naquele local e levar para lá aquilo que conhecem bem e vem fazendo há muitos e muitos anos, sem ter-se qualificado para apresentar ao turista, coisas novas, melhores e mais atraentes.
O poder público leiloou, mas não se preocupou com o que esses “quiosques” oferecerão aos turistas e muito menos ofereceu as diretrizes que possam tornar a estada do turista na praia mais agradável e poderemos ter um sem número de quiosques, oferecendo repetidamente, côco verde, churros e milho cozido e outras guloseimas que são iguais em todos os restaurantes familiares da cidade.
A preocupação em afastar certos “ambulantes” da orla é mesquinha e tem um caráter protecionista, uma vez que o valor pago pelos quiosques fugiu um pouco (muito) a realidade e isso é a contrapartida que eles esperam do poder público, numa política de barganha. Porém, não se poderá oferecer tudo o que o turista deseja em poucos e pequenos quiosques.
Antes de enveredarmos pelos intrincados caminhos da administração pública, faz-se oportuno falarmos sobre as empresas familiares, seus proprietários e sua visão sócio-econômica. A nossa cidade como todos sabem tem origem antiga e familiar e assim sendo, tem as qualidades e defeitos inerentes, que é comumente considerado um entrave ao crescimento de uma região porque seus administradores adotam um comportamento protecionista e acabam não aproveitando as oportunidades que lhes aparecem.
Vejamos a formação das empresas familiares de Guaratuba, onde seus fundadores ainda e sempre insistem em permanecer no comando dos negócios, esse, rentável até certo ponto, porém sem visão de futuro, não enxergando a vocação econômica de seu município, a maioria não estimula nos filhos e sucessores a idéia de uma continuidade mais qualificada no seu ramo de atividade, deixam os filhos irem para fora, onde fazem cursos que nenhuma agregação positiva trará à sua cidade e aos negócios de suas famílias.
Essas sociedades familiares são, na cidade, avessas à possibilidade de entrada de outros empresários que tragam novas idéias e junto dividam o bolo, até então, repartido entre eles. Se não entra gente nova, também não entra idéias novas, e, como podemos notar, por exemplo, a falta de cardápios alternativos nos bares e restaurantes , assim como a repetitividade de lojas, pousadas, hotéis e outros, criando um sem numero de locais iguais, denotando a falta de visão e de expectativa de um futuro melhor. Basta dizer que carecemos de um prato típico da cidade, que possa servir de atrativo ou crie raízes tradicionalistas.É comum na cidade, ao conversar com empresários, o dizer: - A cidade é assim, depende dos “turistas” e não adianta forçar nada no inverno que não vai adiante – oras, com tanto pessimismo é evidente que nada vai. Entretanto, sendo comparada com outras cidades com as mesmas características podemos notar que nossa fica a desejar. (continua...)
Usamos o poder de moderação para excluir o comentário do Sr. Eduardo por conter palavrões. 13/10/2010 - 21:13
ResponderExcluirO potencial do município é enorme, falta visão de alguns e atitude de todos, lendo isso me fez ver que é por isso que os comércios novos não se fixam, que é por isso que não se criam "points" na cidade!
ResponderExcluirNão há nada de atrativo aqui para que os turistas venham no inverno, a não ser uma leva de comércios fechados, e uma praia vazia com vento gelado, Precisamos de atitude e um atrativo a novos comerciantes, quem sabe um incentivo fiscal, algo tem que ser feito