segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Guaratuba turística, utopia ou realidade? (PARTE 1)

O leilão público dos quiosques de praia e seus vencedores nos trouxeram a uma reflexão sobre os rumos turísticos, econômicos, financeiros e sociais de Guaratuba.
Não se questiona os critérios do leilão, o que se percebe é que empresários até então contrários ferrenhamente à exploração da orla marítima disputaram – pau a pau – o direito de estabelecer-se naquele local e levar para lá aquilo que conhecem bem e vem fazendo há muitos e muitos anos, sem ter-se qualificado para apresentar ao turista, coisas novas, melhores e mais atraentes.

O poder público leiloou, mas não se preocupou com o que esses “quiosques” oferecerão aos turistas e muito menos ofereceu as diretrizes que possam tornar a estada do turista na praia mais agradável e poderemos ter um sem número de quiosques, oferecendo repetidamente, côco verde, churros e milho cozido e outras guloseimas que são iguais em todos os restaurantes familiares da cidade.

   A preocupação em afastar certos “ambulantes” da orla é mesquinha e tem um caráter protecionista, uma vez que o valor pago pelos quiosques fugiu um pouco (muito) a realidade e isso é a contrapartida que eles esperam do poder público, numa política de barganha. Porém, não se poderá oferecer tudo o que o turista deseja em poucos e pequenos quiosques.

Antes de enveredarmos pelos intrincados caminhos da administração pública, faz-se oportuno falarmos sobre as empresas familiares, seus proprietários e sua visão sócio-econômica. A nossa cidade como todos sabem tem origem antiga e familiar e assim sendo, tem as qualidades e defeitos inerentes, que é comumente considerado um entrave ao crescimento de uma região porque seus administradores adotam um comportamento protecionista e acabam não aproveitando as oportunidades que lhes aparecem.

Vejamos a formação das empresas familiares de Guaratuba, onde seus fundadores ainda e sempre insistem em permanecer no comando dos negócios, esse, rentável até certo ponto, porém sem visão de futuro, não enxergando a vocação econômica de seu município, a maioria não estimula nos filhos e sucessores a idéia de uma continuidade mais qualificada no seu ramo de atividade, deixam os filhos irem para fora, onde fazem cursos que nenhuma agregação positiva trará à sua cidade e aos negócios de suas famílias.

Essas sociedades familiares são, na cidade, avessas à possibilidade de entrada de outros empresários que tragam novas idéias e junto dividam o bolo, até então, repartido entre eles. Se não entra gente nova, também não entra idéias novas, e, como podemos notar, por exemplo, a falta de cardápios alternativos nos bares e restaurantes , assim como a repetitividade de lojas, pousadas, hotéis e outros, criando um sem numero de locais iguais, denotando a falta de visão e de expectativa de um futuro melhor. Basta dizer que carecemos de um prato típico da cidade, que possa servir de atrativo ou crie raízes tradicionalistas.

É comum na cidade, ao conversar com empresários, o dizer: - A cidade é assim, depende dos “turistas” e não adianta forçar nada no inverno que não vai adiante – oras, com tanto pessimismo é evidente que nada vai. Entretanto, sendo comparada com outras cidades com as mesmas características podemos notar que nossa fica a desejar. (continua...)

2 comentários:

  1. Usamos o poder de moderação para excluir o comentário do Sr. Eduardo por conter palavrões. 13/10/2010 - 21:13

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  2. O potencial do município é enorme, falta visão de alguns e atitude de todos, lendo isso me fez ver que é por isso que os comércios novos não se fixam, que é por isso que não se criam "points" na cidade!
    Não há nada de atrativo aqui para que os turistas venham no inverno, a não ser uma leva de comércios fechados, e uma praia vazia com vento gelado, Precisamos de atitude e um atrativo a novos comerciantes, quem sabe um incentivo fiscal, algo tem que ser feito

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