quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Guaratuba turística, utopia ou realidade? (PARTE 2)



(continuação)
Quando algo com criatividade e inovação aparece, o temor pelo sucesso do intruso ronda seu status, instiga-os a deixar o inovador à mercê dos picos de freqüência para turistas e veranistas, já que as sociedades familiares não freqüentam o ambiente e não aceitam sugestões de melhorias, por que sempre se julgaram bem sucedidos naquilo que fazem, estão satisfeitos com os resultados financeiros que recebem, mesmo que no círculo vicioso das temporadas, se exasperem de ansiedade na expectativa da próxima. Na verdade eliminam ou diluem a interação com outros grupos, fato que reforça suas características negativas.

    Na década de 90, o prefeito de uma cidade litorânea, hoje um dos maiores pólos turísticos do Brasil, numa reunião na associação comercial e, ao perceber que com tantas empresas no ramo de hotelaria, pousadas, lojas, bares e restaurantes apenas uns poucos compareciam, procurou saber o motivo e se surpreendeu quando constatou que os poucos ali presentes detinham a posse e poder em quase tudo, fechando o círculo de exploração econômica e evitando a entrada de novos empreendedores. Articulou-se com seus secretários para que a entrada de novos comerciantes se viabilizasse, qualificando os pretendentes de acordo com a disponibilidade de recursos de cada um, seus projetos com os projetos de urbanização e turismo, levando em consideração as necessidades do turista e o respeito à acessibilidade e ao meio ambiente, promoveu as mudanças necessárias, o que resultou em enorme sucesso.


     Guaratuba tem tudo e até mais a oferecer para se tornar uma linda e completa cidade turística, porém todos devem abrir mão do egoísmo e posicionarem-se para enfrentar novas realidades que não passam, pelas disputas pequenas e medíocres, como as que ocorreram pelos espaços das calçadas e quiosques. Trata-se de juntar-se ao poder publico para,unidos, atrair empresários e empreendedores com recursos para investir e dividir, pois a parceria tem que ser benéfica a ambos, discutindo abertamente sem essa ambição desmedida e centralista que sempre caracterizou certas correntes políticas e empresariais na cidade, assim conseguirem melhorar e trazer progresso à cidade.

     Não se pode hoje tergiversar quando se fala na ponte sobre a baía, primeiro que a visão estadista e democrática deve falar mais alto quando se trata de direito da população residente. É ridículo fazer apologia ao passeio de “ferry boat”, quando na verdade querem é manter os recursos que são carreados para fins políticos e outros menos republicanos. Nos últimos dez anos não se viu nenhum investimento, melhoria ou embelezamento na área de utilização das balsas, bem como nota-se certo desleixo em relação a tudo o que diz respeito àquela área, É feia, suja e tem péssima aparência. Os contratos devem ser revistos e exigir no mínimo a conservação dos embarques, da praça, das balsas e ferrys e da área, iluminando-a e preparando-a com um paisagismo digno de um portal de entrada de uma das mais belas praias do Paraná, que é o mínimo que aquele empresário que tanto recebeu da cidade deve a ela.

     A fuga de turistas para Santa Catarina não é só resultado de grandes investimentos no turismo pelos empresários e governo daquele estado, afinal eles estão mais ao sul, mais frio, águas mais geladas, mais chuvas, no entanto todo o estado se torna um só quando se trata de investir e explorar o segmento, ao contrário dos daqui, cada um pra si e nada de investimentos, aliás, alguns como o balseiro, só investem em recuperação e manutenção na sua fonte de renda, deixando aos cofres públicos as despesas de embelezamento e recuperação das áreas que utiliza.
(continua...)

2 comentários:

  1. Pois é Daniel, infelizmente as pessoas estão preocupadas apenas com os seus umbigos. Se ganham o suficiente para seus sustentos e luxos, "pra que perderem tempo com reuniões, discussões e melhorias se 'não precisam' delas?"... eles realmente não conseguem enxergar além... Repare bem, estudam fora, formam-se fora, vestem-se fora, divertem-se fora, casam-se fora, mas arrancam o dinheiro do povo daqui. Mantêm "amizades" com autoridades pelo simples fato de serem beneficiados de alguma maneira. E são!!
    Posso parecer pessimista mas, na minha humilde opinião, isso só mudará com gente nova. Com pessoas que vierem de fora, que não conheçam ninguém e nem precisem de "favores". Porém muitas dessas pessoas, principalmente aposentados, não vêm porque precisam de médicos, hospitais, diversão, etc... A partir do momento que a cidade oferecer isso, eles aqui se enraizarão e VOTARÃO (sem o rabo preso). Aí eu lhe pergunto: Convém, para os coronéis, essas melhorias?!??

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  2. Parabéns ao post anonimo, acredito que estamos caminhando na mesma direção. Obrigado

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