sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A volta do candidato e o efeito placebo!


Para quem não sabe “placebo” vem do latim “placere” que significa “agradarei”, que no presente momento devemos entender como entendemos em sua utilização farmacológica, ou seja, a pílula de açúcar é dada ao paciente dizendo a ele tratar-se de um medicamento que curará suas mazelas e doenças, ele acredita e sente-se bem, disposto, alegre, feliz, até que, passado o efeito psicológico da pílula, vem a dura realidade, o cancro continua e, em muitos casos, até aumenta.

Vemos em nossa realidade diária, hoje às vésperas das eleições, uma situação muito parecida, o placebo político que retorna e tenta fazer crer aos eleitores que é a cura para todos os seus males, esquecendo-se que já provamos o gosto amargo desse comprimido,
já lamentamos a falta de policiamento, de coleta de lixo, de escolas, de hospitais, de ambulâncias, de asfalto, de PAs, já choramos a ver nossos suados tributos serem desviados ao ralo da corrupção.

Os que hoje ufanam e congraçam a volta do messias, são os mesmos que sofrem na pele o abandono de ser excluído, aquele lembrado apenas no momento eleitoral, que não acredita ser apenas um voto, regojiza-se nas rodas da cachaça farta paga pelo seu igual, naquele momento todos o são, as risadas pelas piadas não tão engraçadas, renova o apoio à críticas aos adversários, compactua segredos de botequim, entretanto, não lhe cabe coragem de questionar suas dificuldades, carências, falta de empregos, porquanto, embriagado e embevecido pela companhia do maioral, somente consegue, submissamente,  aplaudir e sentir-se um igual.

Anos a fio, com filhos no colo, atrás de socorro médico, contando migalhas pela  “féria” conseguida ontem para comer o hoje, com o vazio da fome a gritar, sabendo que a temporada trará empregos e ganhos maiores, porém, os gananciosos comerciantes já remarcaram sua cesta básica, tornando seus ganhos obsoletos, coisa que nem o messias resolverá, como não resolveu.

Quem circula em bairros menos aquinhoados da cidade sem temer, aliás, impondo temor? O messias! Aquele que pude ver numa noite dessas circulando a pé, levemente alcoolizado, comandando um séquito de cupinchas a levantar lábaros em todos os terrenos baldios, de bairros empobrecidos, sabe ele muito bem porque, promovendo a tentativa de um retorno, cujo resultado maléfico à cidade e ao povo já conhecemos.

Aquele que prefere ingerir o placebo, mesmo sabendo de seus efeitos nulos, não reclame amanhã quando entrar em situações de desespero e sair aos gritos, arrependido, pois será tarde demais.

Foto ilustrativa

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