Para quem não sabe “placebo” vem do latim “placere” que
significa “agradarei”, que no presente momento devemos entender como entendemos
em sua utilização farmacológica, ou seja, a pílula de açúcar é dada ao paciente
dizendo a ele tratar-se de um medicamento que curará suas mazelas e doenças,
ele acredita e sente-se bem, disposto, alegre, feliz, até que, passado o efeito
psicológico da pílula, vem a dura realidade, o cancro continua e, em muitos
casos, até aumenta.
Vemos em nossa realidade diária, hoje às vésperas das
eleições, uma situação muito parecida, o placebo político que retorna e tenta
fazer crer aos eleitores que é a cura para todos os seus males, esquecendo-se
que já provamos o gosto amargo desse comprimido,
já lamentamos a falta de policiamento, de coleta de lixo, de escolas, de hospitais, de ambulâncias, de asfalto, de PAs, já choramos a ver nossos suados tributos serem desviados ao ralo da corrupção.
já lamentamos a falta de policiamento, de coleta de lixo, de escolas, de hospitais, de ambulâncias, de asfalto, de PAs, já choramos a ver nossos suados tributos serem desviados ao ralo da corrupção.
Os que hoje ufanam e congraçam a volta do messias, são
os mesmos que sofrem na pele o abandono de ser excluído, aquele lembrado apenas
no momento eleitoral, que não acredita ser apenas um voto, regojiza-se nas
rodas da cachaça farta paga pelo seu igual, naquele momento todos o são, as
risadas pelas piadas não tão engraçadas, renova o apoio à críticas aos
adversários, compactua segredos de botequim, entretanto, não lhe cabe coragem
de questionar suas dificuldades, carências, falta de empregos, porquanto,
embriagado e embevecido pela companhia do maioral, somente consegue, submissamente,
aplaudir e sentir-se um igual.
Anos a fio, com filhos no colo, atrás de socorro
médico, contando migalhas pela “féria” conseguida ontem para comer o hoje, com
o vazio da fome a gritar, sabendo que a temporada trará empregos e ganhos
maiores, porém, os gananciosos comerciantes já remarcaram sua cesta básica,
tornando seus ganhos obsoletos, coisa que nem o messias resolverá, como não
resolveu.
Quem circula em bairros menos aquinhoados da cidade sem
temer, aliás, impondo temor? O messias! Aquele que pude ver numa noite dessas
circulando a pé, levemente alcoolizado, comandando um séquito de cupinchas a
levantar lábaros em todos os terrenos baldios, de bairros empobrecidos, sabe
ele muito bem porque, promovendo a tentativa de um retorno, cujo resultado
maléfico à cidade e ao povo já conhecemos.
Aquele que prefere ingerir o placebo, mesmo sabendo de
seus efeitos nulos, não reclame amanhã quando entrar em situações de desespero
e sair aos gritos, arrependido, pois será tarde demais.
Foto ilustrativa
parabens
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