Guaratuba: O grito das elites!

Compareci a convite de terceiros ao jantar no Café Curaçau, e sujeitei-me a ouvir alguns brados retumbantes de empresários felizes e contentes por apoiar a reeleição, entretanto, não entendi o descaramento das colocações, agem todos, sem escrúpulos ao afirmarem-se salvadores da pátria, esquecendo-se, porém, que foram aliados daqueles que hoje estão defenestrando e, que esses, arcam sozinhos com a falência da Prefeitura e da cidade, tão apregoada naqueles discursos, mas que eles também são cúmplices, por ação ou omissão! 

Confessar vergonha de morar em Guaratuba no passado agora soa falso, como dizer orgulhar-se pelo futuro com 45 no momento soa puxa-saquismo. Isso sem considerar que em política vale tudo, até a coligação mais estapafúrdia, que é PT e PSDB, para eles, entre sorrisos, é tudo pelo bem do povo!  

Algumas realizações são verdadeiras e incontestáveis, outras porém, carecem de objetividade que fuja do processo eleitoreiro, como o asfaltamento, cuja afirmação pelo coordenador de campanha, teve seu planejamento assentado em situações geográficas que atendem órgãos de interesse popular e social, que é uma grande mentira, pois, é só circular pela cidade e ver-se-ão muitas e muitas quadras asfaltadas, isoladas de outras e sem o conteúdo social afirmado, ao contrário, nitidamente para favorecer a especulação imobiliária. 

O 15 e seu povo (os excluídos) deveriam ser signatários dos discursos daquela noite, os empresários presentes já se sentiam sabedores das benesses dos serviços e investimentos públicos, basta entender o discurso federal, que afirmou que a segurança chegará a Guaratuba definitivamente, é claro, quando a elite é ameaçada em seu patrimônio, resolve-se com atitude.

O discurso estadual, cheio de ginga e traquejo, palavras doces para ouvidos ansiosos, fazendo-os entender o recado, direcionado aos seus empregados (os eleitores do15): - se o outro ganhar, haverá redução de investimentos, fuga de capitais, diminuição de empregos, abandono pelo governo, etc...o municipal repete-se ofertando grandes obras e realizações nos próximos quatro anos. 

Antecipei minha saída, pois o jantar, como disse um dos filhos do vice  (PT), chef de cozinha, não o vice atual, o Jr. que creio não foi convidado e se foi não apareceu, manteremos aquecidos os pratos até a ordem da chefia, lamentando eu a demora dos discursantes, lastimei e não entendi também o comparecimento de famílias com toda a prole, num evento adulto, que alegres corriam e brincavam alheios, enquanto aguardavam o festim, afinal é boca livre e quem não quer, com a Devassa!!! (patrocínio) 

Dizem que um entra nas casas mais simples, abre a geladeira, pede cachaça e pega tira-gosto na panela, enchendo de orgulho o anfitrião, o outro, porém, bate palmas, pede licença, só entra e senta se for convidada, mas não é vista nesses bairros mais carentes, encarrega seus subordinados o cumprimento da tarefa, que, via de regra, não obtém o mesmo resultado, pois o pau-mandado, atende o "eminência parda"(CC) e, por vezes, até congraça com o outro lado. 

Após uma carreata de 14 km, segundo alguns, que para mim serve somente como demonstração de força, qual é o medo que tira o sono da elite? Peso na consciência, certeza de saber que os excluídos são uma força desprezada e que somente à época de eleições recorrerem a eles não vai funcionar? As manifestações de agressividade na carreata nada mais são que uma demonstração de protesto contra o abandono a qual estão submetidos, sem esperança quanto ao futuro. 

Invejam sim, os carros, as roupas, as casas e caras, tudo enfim, sabedores das distâncias que os separam dessa elite, unem-se ao anti-herói, aquele que eles acham ser seu igual, o placebo, por não terem outra escolha, porque o passado bem os ensinou, servindo-se tão somente para sufragar, nas urnas, a repetição do favorecimento aos que, alternadamente, locupletam-se nas verbas e nos cargos públicos. 

O tabloide do 15, circulando cheio de ofensas, critica e promete, porém de falsas promessas entendemos muito e bem, pesquisas ridículas, fotos antigas, nenhuma sobre palmitos, cheias de ouvi dizer, e como bom guaratubano, não põe nome aos bois porque tem medo, pois, no rescaldo dessas eleições, quem sabe, ainda lhe sobra algum! 

Ruim, entretanto, é saber o quanto o zé povinho, aquele que troca votos por quaisquer merrecas e sabe-se enganado, em nada aprendeu todos esses anos, continua achando ainda que o voto dado por conversas de cachaça poderá melhorar sua vidinha pobre e medíocre! O oposto também pode não ser o ideal. 

“Alerta para as elites: O Brasil é o país mais desigual do mundo e Guaratuba não é diferente”

Foto ilustrativa