terça-feira, 5 de março de 2013

Rainha da Farofa

Li em algum lugar esse adjetivo qualificativo, que se referia a nossa cidade e estou, até o momento, tentando compreender o universo dessa postura que influenciará diretamente o turismo e quais suas consequências, boas ou más, para a cidade de Guaratuba.

Algumas pessoas têm seu “modo de viver” e devem ser respeitadas em suas opiniões sempre dentro do princípio democrático que lhe faculta a constituição, salvo quando sua manifestação instiga algo que pode gerar um prejuízo a um todo, assim sendo, devem seguir as leis e regras já estabelecidas.
Em que pese às queixas sobre supervaloração de preços e explorações em geral, com as quais eu não concordo, mas fui convencido que os preços altos devidamente acompanhados pela oferta de qualidade e diversidade podem gerar uma situação de melhora quanto às pessoas e famílias que procurarão nossas praias pelas belezas e por um turismo melhor, fato que trará a cidade um novo contingente de pessoas cujo foco foge do “praia somente” (quando não chove), situação que os levará a procura dos lindos recantos que aqui temos e quase não são visitados.
Podemos afirmar que o turismo de massa, considerando o tipo de pessoas que se quer receber, pode ser um tiro pela culatra e o que ouvimos como lamentação de comerciantes em uma fraca e chuvosa temporada, após meses de trabalho intenso, tudo aquilo que poderia ser uma situação lucrativa torna-se apenas uma frustração, na esperança que a próxima temporada seja melhor. Entretanto, quando investimos em um turismo de melhor qualidade onde o foco são pessoas com situação de vida definida, financeiramente resolvidas, podemos acreditar que teremos lucros maiores com menos esforço e o ano inteiro, acreditem se quiserem.
Permitir que troquemos a nossa banda pelos trios é aceitar a degeneração e compactuar com a queda de qualidade do turismo, pois até hoje ouve-se  constantemente os chamados de sua lembrança, o que reaviva em nós o esplendor da Banda de Guaratuba, que no passado foi o ápice da alegria e união familiar, restando um saudosismo intenso do tempo de um carnaval sadio e alegre, porém resta hoje, uma noite apenas, o que é pouco.
É evidente que pelas características “sui generis” de nossa praia, clima, localização, acreditamos, contrariando o que disse o Deputado Nelson Justus no discurso ontem na Câmara de Vereadores, o que serve para os baianos, nordestinos e cariocas - sem preconceito - obrigatoriamente não serve para nós, pois a exploração do turismo  como uma fonte de renda perene que considera todo o ano, foge de nosso foco atual, bem como o período carnavalesco que apenas preenche os dias de reinado momesco, sem que seja uma atividade imprescindível à sobrevivência do turismo, ou seja, com carnaval ou sem ele, os turistas virão, principalmente as pessoas de mais idade, que primam pela qualidade e tem o maior poder de compra, os que repelem as badernas de trios e afins, que no entanto aceitam um carnaval mais conservador e tranquilo,com era com a nossa Banda.
Observe que os motivos pelos quais importar estímulos de alegrias falsas e bebedeiras e submeter-se aos “trios elétricos”, sons de altos decibéis, permissividade de conduta, uso de substâncias proibidas, homens bêbados e desrespeitosos, travestidos, urinando em todo e qualquer lugar, não podem ser critérios de melhoria e cito aqui Arnaldo Jabour, no texto “Putz”, ...”milhares de retardados perseguindo caminhões carregados de pagodeiros, com objetivo de ficar bêbados e depois dizerem que o carnaval foi o mais arretado do milênio”, ou o axé do xixi, que descreve Salvador como a capital do mijo, principalmente no Carnaval, isso é o que esperaremos do futuro a se manter tal situação, transformar a Avenida 29 de abril, numa avenida mijada, tal qual mostra a foto, sem alegorias, enfeites,luzes, decoração, apenas a multidão aglomerada que mais parece uma manifestação política ou um protesto grevista. Quem quer qualidade no Carnaval que faça bem feito!
 Fica o alerta de que precisamos nos posicionar e escolher qual a meta para o turismo que desejamos, incluso o Carnaval e, partindo do princípio que abominamos o tipo arruaceiro, que foi predominante na avenida - Carnaval em camarote é outro assunto - restará a luta pela melhoria na qualidade do turismo, porém, se optarmos pelos “tipos” que nada beneficiam a cidade, o comércio e não respeitam nem as famílias, fatalmente estaremos fadados aceitar a coroa de Rainha da Farofa.
Texto do Blog
Foto RPC – Rede Globo

11 comentários:

  1. Mais uma feliz manifestação em seu blog. Há! Saudades dos carnavais de Guaratuba.

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    1. Obrigado Roma. Fico feliz em relembrar momentos alegres e felizes dos guaratubanos, entre outros.

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  2. Daneil eu não curto carnaval, porém é da nossa cultura! Eu sonho que um dia o carnaval seja uma festa mais cultural e bonita que essa atual xixi, barulho e safadeza! Também gostaria que nosso comércio não elevassem os preços só porque é temporada não acho nada legal essa atitude!
    Uma cidade organizada, limpa, segura, honesta e alegre geraria turismo o ano todo! Prefiro que seja conhecida como uma cidade bem administrada a Rainha da farofa!

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    1. Isso é o que esperamos, a luta é para que troquemos a quantidade pela qualidade, todos ganharão.Obrigado

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  3. Algumas pessoas parecem gostar deste título. Particularmente acho que este tipo de turismo nada trás para Guaratuba a não ser confusão. Como é bom receber pessoas que apreciam o sol, mar, boa comida e boa música. Guaratuba tem que investir mais neste sentido!

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  4. Caro Daniel,
    para que um dia, possamos ter um turismo de qualidade, e isso certamente exclui os "retardados" que correm, sem rumo, atrás do trio elétrico, é necessário que TODOS que dependem direta (hotéis, pousadas, restaurantes, casas noturnas), ou indiretamente do turismo (aqueles que esperam o ano todo pela temporada para arranjar um emprego temporário, e sabem que é apenas isso), é necessário que esses empresários “reclamões” e a própria população que depende disso, coloquem os pés fora de seus estabelecimentos e de suas casas, e observem, vejam e enxerguem o POTENCIAL INEXPLORADO E DESPERDIÇADO que é a atividade turística em Guaratuba. Haja vista, que Guaratuba, às vésperas da Copa do Mundo (com uma das sedes em Curitiba) sequer existe para o Ministério do Turismo. Vejam o link do Ministério e confiram:
    http://www.turismobrasil.gov.br/system/modules/br.gov.turismo.promocional/templates/geral/geral_resultado_busca.jsp. Aparecem 08 roteiros. Onde está Guaratuba? Culpa do Ministério do Turismo???
    Da mesma forma, a Secretaria de Turismo do Paraná, em ROTEIROS DO LITORAL DO PARANÁ, http://www.turismo.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=478, vejam o link, em 24 roteiros não há nenhum roteiro que se reporte diretamente, objetivamente, que realce o potencial da região. Culpa da Secretaria de Turismo do Paraná???
    Quantos dos moradores daqui já se interessaram em conhecer os rios, as ilhas, o mangue, enfim a Baía de Guaratuba? Quantos, ao olharem para o outro lado da baía, sabem que aquele mangue que daqui é visto, é a Ilha Sepultura, cuja beleza é impar? Quantos ao avistarem o Morro Cabaraquara (que pode ser observado de qualquer local da cidade. Perto ou longe) sabem que se chama Cabaraquara e está numa das mais belas áreas de Mata Atlântica? E conservada?
    Já não é sem tempo, de a população, empresários e governantes dessa cidade, perderem o complexo de vira latas que assola, infelizmente, nosso País, e olhar para Guaratuba com orgulho, com carinho e com a satisfação de termos ótima qualidade de vida e um potencial turístico invejável, ainda inexplorado.

    João Camargo Mello Filho.

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    1. Caro João: Há muito temos batido nessa tecla, veja o post de 2011, quando ainda residia em Joinville (http://bloguaratuba.blogspot.com.br/2011/07/turismo-quantidade-ou-qualidade-temos.html ) já tratávamos do assunto e continuamos nos manifestando, agora com maior participação de leitores, o que muito me agrada. Como você disse os empresários de Guaratuba são mesmo "reclamões" querem vislumbrar apenas o bolso cheio a cada temporada, o resto não se importam. Obrigado e abraços

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  5. João Camargo Mello Filho falou tudo! clap clap clap!

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  6. Curitibano a 5 gerações sendo em 3 delas tendo Guaratuba não como o "quintal" da minha casa mas como um oásis que deleitou minha infância e adolescência com maravilhas de sua natureza, simplicidade de seu povo nativo (que não existe mais) e outras perfumarias como a Banda de Guaratuba (que estive na primeira delas - elitista e democrática...), sorveteria Caramba (claro, a Bom Sucesso também...), Copa 70 e Monte Cristo...
    Rainha da farofa, balneário do mijo, praia da virose... falaram tudo nos comentários acima.
    Guaratuba em baixa temporada transformou-se numa "cidade pobre do interior paranaense", com o IDH abaixo de cidades até do N e NE do país, junto com outras cidades do interior do PR (70% delas com o IDH abaixo da média nacional).
    Guaratuba na temporada transformou-se num centro de exploração: "Praia" barata, comércio de baixíssimo nível, turismo inexistente pousadas a R$10 a diária sem um mínimo de decência....Absolutamente nada contra as pessoas (que seria eu para tal...) mas contra o que elas fazem contra a natureza e a divindade humana coletiva...
    Quem gera $$ já foi a muito tempo para SC. Ou está emurado nas mansões reclusas em alguns condomínios ou penduradas sobre os poucos morros locais.
    Será que tem salvação??

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    1. Aniversário do post de 2013, serve hoje como uma luva para o Carnaval e temporada que se finda hoje, até a foto é igual. Creio que daqui em diante a tendência é piorar.

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