Do autor:
Resolvi postar no Bloguaratuba essa matéria em consideração à alguns
amigos da área psiquiátrica, psicológica e até Direito, alguns formadores de
opinião, jornalistas, outros exigentes de leituras seletivas, entretanto, uma
coisa despertou minha curiosidade, pois raros foram os comentários nos textos que anteriormente postei,
talvez porque as matérias postadas foram peculiarmente sobre Guaratuba e seus problemas, entretanto, uma guinada radical, liberta os temerosos de se comprometer e os traz à discussão sadia e sem compromisso, sem medo, onde espero que o mesmo não
aconteça com esse espirituoso ensaio sobre a visão da loucura!!
A verdade e
a loucura.
A verdade e
a loucura algumas vezes são irmãs gêmeas e antagônicas porém estranhamente
unidas. O psicólogo social Milton Rokeach, no início dos anos 1960, estudou
três pacientes mentais em três instituições diferentes, e os três acreditavam
ser Jesus Cristo. Rokeach achava que eles poderiam ser curados desse delírio
reunindo os três em uma única instituição. Com isso, eles se veriam diante de
uma séria dissonância cognitiva, já que a existência de três Cristos é uma
impossibilidade óbvio - além do fato igualmente óbvio de que Jesus não está
mais entre nós há aproximadamente dois milênios.
Com a ajuda
dos psiquiatras desses pacientes, que notadamente concordaram com a hipótese de
Rokeach sobre o potencial curativo da dissonância cognitiva, os três pacientes
foram reunidos em um hospício em Ypsilanti, Michigan.
Rokeach
registrou as discussões muitas vezes acaloradas dos três homens e as publicou
em seu livro The
Three Christs of Ypsilanti
(1964). Em certo ponto, Rokeach achou que o mais inteligente
dos três de fato havia começado a se curar de seu delírio. O homem disse que
acreditava que os outros dois eram doidos de pedra por acharem que eram Jesus
Cristo. Aquilo era um grande absurdo, porque naturalmente só uma pessoa pode
ser Jesus Cristo. Sem dúvida, o Messias cristão não era nenhum dos dois
malucos, mas ele próprio.
Rokeach também relatou outro caso de uma identidade plural
conflitante. Duas pacientes, uma mulher mais velha e uma mais jovem,
acreditavam ser Maria, a mãe de Jesus. Elas discutiam o tempo todo, até que, de
repente, a mais velha encontrou uma solução. Ela perguntou a Rokeach quem foi a
mãe de Maria. Depois de refletir um pouco ele que, se não estivesse enganado, a
mãe de Maria se chamava Ana. Então a mais
velha anunciou alegremente ser Ana, abraçou carinhosamente a colega mais
jovem e passou a chamá-la, daquele momento em diante, de sua filha Maria. A
dissonância cognitiva foi, dessa forma, engenhosamente dissolvida.
Texto pinçado do Livro "Em favor da dúvida"
(Berger/Zijderveld)
Foto Ilustrativa -(Ilustração surrealística de Salvador Dali)
Aqui nós comentamos o texto e concluímos que não deixa de ser engraçado, porém, os psiquiatras também tem alguma coisa de malucos!!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkk....eu achei engraçado! Cada um pode ser o que quiser, Jesus, Maria, José... o que é a verdade? E o que é a loucura? Cada um tem a sua verdade, cada um esta em um nível de consciência, em um nível de Ser e Saber diferente, logo, cada um tem um ponto de vista, um sentir diferente...
ResponderExcluirMuito inteligente seu enfoque Harisléia, este foi o objetivo do texto, ver as verdades e loucuras de cada um, a minha está sendo questionada em casa, porque postei !!!kkkkk
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