sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A verdade e a loucura.


Do autor:
Resolvi postar no Bloguaratuba essa matéria em consideração à alguns amigos da área psiquiátrica, psicológica e até Direito, alguns formadores de opinião, jornalistas, outros exigentes de leituras seletivas, entretanto, uma coisa despertou minha curiosidade, pois raros foram os comentários nos textos que anteriormente postei, talvez porque as matérias postadas foram peculiarmente sobre Guaratuba e seus problemas, entretanto, uma guinada radical, liberta os temerosos de se comprometer e os traz à discussão sadia e sem compromisso, sem medo, onde espero que o mesmo não aconteça com esse espirituoso ensaio sobre a visão da loucura!!

A verdade e a loucura.
A verdade e a loucura algumas vezes são irmãs gêmeas e antagônicas porém estranhamente unidas. O psicólogo social Milton Rokeach, no início dos anos 1960, estudou três pacientes mentais em três instituições diferentes, e os três acreditavam ser Jesus Cristo. Rokeach achava que eles poderiam ser curados desse delírio reunindo os três em uma única instituição. Com isso, eles se veriam diante de uma séria dissonância cognitiva, já que a existência de três Cristos é uma impossibilidade óbvio - além do fato igualmente óbvio de que Jesus não está mais entre nós há aproximadamente dois milênios. 

Com a ajuda dos psiquiatras desses pacientes, que notadamente concordaram com a hipótese de Rokeach sobre o potencial curativo da dissonância cognitiva, os três pacientes foram reunidos em um hospício em Ypsilanti, Michigan.

Rokeach registrou as discussões muitas vezes acaloradas dos três homens e as publicou em seu livro The Three Christs of Ypsilanti (1964). Em certo ponto, Rokeach achou que o mais inteligente dos três de fato havia começado a se curar de seu delírio. O homem disse que acreditava que os outros dois eram doidos de pedra por acharem que eram Jesus Cristo. Aquilo era um grande absurdo, porque naturalmente só uma pessoa pode ser Jesus Cristo. Sem dúvida, o Messias cristão não era nenhum dos dois malucos, mas ele próprio.

Rokeach também relatou outro caso de uma identidade plural conflitante. Duas pacientes, uma mulher mais velha e uma mais jovem, acreditavam ser Maria, a mãe de Jesus. Elas discutiam o tempo todo, até que, de repente, a mais velha encontrou uma solução. Ela perguntou a Rokeach quem foi a mãe de Maria. Depois de refletir um pouco ele que, se não estivesse enganado, a mãe de Maria se chamava Ana. Então a mais  velha anunciou alegremente ser Ana, abraçou carinhosamente a colega mais jovem e passou a chamá-la, daquele momento em diante, de sua filha Maria. A dissonância cognitiva foi, dessa forma, engenhosamente dissolvida.

Texto pinçado do Livro "Em favor da dúvida" (Berger/Zijderveld)

Foto Ilustrativa -(Ilustração surrealística de Salvador Dali)

3 comentários:

  1. Aqui nós comentamos o texto e concluímos que não deixa de ser engraçado, porém, os psiquiatras também tem alguma coisa de malucos!!

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  2. kkkkkkkkkkkk....eu achei engraçado! Cada um pode ser o que quiser, Jesus, Maria, José... o que é a verdade? E o que é a loucura? Cada um tem a sua verdade, cada um esta em um nível de consciência, em um nível de Ser e Saber diferente, logo, cada um tem um ponto de vista, um sentir diferente...

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    1. Muito inteligente seu enfoque Harisléia, este foi o objetivo do texto, ver as verdades e loucuras de cada um, a minha está sendo questionada em casa, porque postei !!!kkkkk

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